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Noviciado
Em 7 de dezembro de 1957 recebem o hábito a primeira turma de noviços, os primeiros frutos da Escola Apostólica. Inaugura-se, portanto, em São Roque, paralelamente ao seminário, o noviciado, uma etapa bem diferente da anterior, dos tempos dos estudos colegiais. Agora, como os próprios noviços do tempo afirmam, ” passa-se da vida atribulada dos estudos no Colégio, para o recolhimento interior e mesmo exterior do santo noviciado… Não se trata aqui de transformação externa, como por exemplo o trocar o traje secular pelo sagrado burel, ou o nome do século pelo da religião, mas nos referimos especialmente à renovação e transformação do espírito. Agora não mais apoiados sobre carteiras a decorar regras de matemática ou a sintaxe latina; não mais atribulados a apresentar os exercícios, a dar a lição, mas recolhidos em nossas santas celas, quando não a meditar, a contemplar as maravilhas e misericórdias de Deus e a sua santa lei, “in lege Dominimeditantes” ou a rezar, “in orationibus vigilantes”; a fruir em espirituais e ascéticos livros os sagrados ensinamentos dos nossos preceptores, a aprender deles o espírito religiosos, o nosso modo de vida, preparando-nos o futuro, tendendo à perfeição do sublime estado que abraçamos. Tudo deixamos no Colégio. Tudo aqui recebemos, mas em modos diferentes Não são aqui salões ou rotineiros horários de aula ou de jogos, mas celas enclausuradas; não há aqui o barulho dos nossos caros irmãos que lá deixamos, com que convivemos não talvez por pouco tempo, mas é aqui a melodia harmoniosa do ofício divino, o canto melancólico do Miserere ao som das batidas compassadas das cortantes disciplinas; é o salmodiar constante com que nos incorporamos aos anjos e Santos, para louvar a Deus, rezando por aqueles que não rezam. No Colégio deixamos nossos diletíssimos professores, que também nos instruíram; aqui encontramos outros mestres, não agora como antes, a ensinar-nos os múltiplos problemas, as complicadas regências, as construções próprias das diversas línguas; mas a oferecer-nos docência puramente espiritual por meio das suas doutrinas maravilhosas e aspirações de que nos impetram. Afinal tudo mudado! Que contraste! Que diferença! Da vida de estudo, de fadiga, de esforços intelectuais, passamos para o viver solitário pacífico, recolhido, onde procuramos melhor na paz de nossas almas, no nosso interior, no âmago de nossos corações carmelitanos, encontrar e falar com Deus que em nós habita, que fez de nós sua morada. Sós com o Esposo estamos como no-lo diz a humilde carmelita Elisabete da Trindade, cuja admirável missão é atrair almas ao silêncio interior, à vida contemplativa.”
O noviciado é marcado pelo exercício do silêncio, pela atenção às realidades espirituais, através do pleno exercício da oração teresiana, da liturgia das horas, da vivência da fraternidade. O esforço de ser bom e virtuoso levou um noviço daqueles tempos a compor a seguinte ladainha: -Santa Maria… toda graça queria; Santo Padre José, que não fale mais no café; Santa Madre Teresa, fazei-me de Deus uma preza; Santa Eufrosina, que não erre na língua latina; São Martinho, que eu trate a todos com carinho; São Dario, socorrei-me no tempo do frio; São Joaquim, que o Padre Mestre tenha dó de mim; Almas do Purgatório, que não esqueça nenhum responsório; Rainha do Monte Carmelo, que eu seja singelo.
Oro meu Deus, prostrado, com sincera humildade, que quando for escalado, pra servir a comunidade, não fique meio abobado, mas faça bem direitinho, todo o serviço do dia!”
De 1953 a 1978 foram superiores do convento de São Roque os reverendíssimos freis: Alberto, Venâncio, Ludovico, Gabriel, Lucas, Pedro Paulo, Raul, e Rafael. Dirigiram a Escola Apostólica os reverendíssimos freis: Ludovico, Francisco, Pio, Redento, Rafael e Guilherme.